Violência – Pastoral da Pessoa Idosa

Violência

6 06 junho 2024

Junho Violeta destaca combate à violência contra a pessoa idosa

admin Campanha, Comunicado, Notícias Junho Violeta, pessoa idosa, Violência

Um mês inteiro de conscientização mundial, social e política sobre a existência da violência contra a pessoa idosa para seu enfrentamento. Essa é proposta para o Junho Violeta, que teve início no dia 1º de junho e faz alusão ao Dia Mundial de Conscientização sobre a Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado em 15 de junho e reconhecido pela ONU desde 2006.

De acordo com o Art. 3º, da Lei 10.741, de 1 de outubro de 2003 (Estatuto da Pessoa Idosa):

“É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”.

Ainda, o Art. 4º da referida Lei estabelece expressamente punições a pessoas que cometem atos de violência, dispondo que:

“Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei.”

Em 2023, o Disque 100 registrou mais de 47 mil denúncias, resultando em cerca de 282 mil violações de direitos. Esses números alarmantes revelam um aumento significativo de 57% nas denúncias e 87% nas violações em comparação ao ano anterior, conforme dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.

Os tipos de violência mais registrados

A violência contra a pessoa idosa pode se manifestar de várias formas, desde a negligência e o abandono até a violência física, psicológica e financeira. A negligência é a mais comum, ocorrendo quando os responsáveis deixam de fornecer cuidados básicos. O abandono é uma forma extrema de negligência, enquanto a violência física envolve o uso de força para causar dor ou incapacitação. A violência psicológica, muitas vezes sutil, afeta a autoestima e o bem-estar dos idosos, e a violência financeira explora ilegalmente os recursos dos idosos.

Segundo Alexandre da Silva, secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, muitos atos de violência são frequentemente ignorados. “Não deixar a pessoa idosa manusear o próprio dinheiro ou chamá-la por apelidos indesejados também são formas de violência. Está em nossas mãos mudar essa realidade,” afirma o secretário.

Canais de denúncia

Para denunciar casos de violência contra idosos, a população pode utilizar canais como o Disque 100, que oferece atendimento gratuito e sigiloso 24 horas por dia. Outras opções incluem o site da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, o aplicativo Direitos Humanos, e o atendimento via Telegram e WhatsApp.

A Pastoral da Pessoa Idosa, presente em todo o Brasil com 20 mil voluntários, acompanha mensalmente 100 mil idosos por meio de visitas domiciliares, reforçando a importância do respeito e do cuidado com a população idosa. Neste Junho Violeta, é essencial que todos se unam para combater a violência e garantir que o respeito aos idosos prevaleça em nossa sociedade.

Por
Assessoria de Comunicação
Pastoral da Pessoa Idosa Nacional

Idosas felizes (banco de imagens do Canva)

15 15 junho 2023

Dia de combate à violência contra idosos: inclusão e não marginalização

admin Notícias idosos, Jornada Mundial, Papa Francisco, PPI, Violência

“São os idosos que nos transmitem nossa pertença ao povo santo de Deus. A Igreja, assim como a sociedade, precisa deles…. Vamos honrá-los, não vamos nos privar de sua companhia e não vamos privá-los da nossa, não vamos permitir que sejam descartados!” As palavras do Papa Francisco, contidas em sua Mensagem para o Terceiro Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, em 23 de julho, são publicadas no Dia de Conscientização sobre a Violência contra os Idosos, estabelecido pela ONU em 2006 para todo dia 15 de junho.

A cultura do desperdício

O objetivo do Dia é chamar a atenção para o fenômeno que afeta os idosos. Os dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde confirmam o alarme: estima-se que um em cada seis idosos no mundo, ou seja, quase 141 milhões de pessoas – 15,7% das quais com mais de 60 anos – tenha sofrido violência. O crescimento gradual do número de idosos – que em 2050 será de aproximadamente 2 bilhões – aumenta a probabilidade de abuso. “A passagem do tempo e, portanto, o envelhecimento não é percebido como um fator positivo pelas sociedades contemporâneas porque, infelizmente, traz consigo a ideia de fragilidade”, diz Giancarlo Paenza, chefe do serviço para idosos da Comunidade de Sant’Egidio de Roma. “Essa conexão leva ao surgimento da cultura do descarte, como o Papa Francisco a definiu. Ela se origina do desrespeito às pessoas frágeis, o que, por sua vez, causa um ciclo de violência e abusos.”

O drama esquecido

Durante a pandemia, explica a OMS, os casos de abuso de idosos aumentaram em 84%. Apesar desse número elevado, o fenômeno não aparece com destaque no debate público. O baixo interesse pelo fenômeno, de acordo com Paenza, está ligado à falta de sensibilidade em relação aos idosos. Há muita contraposição entre os idosos e os jovens”, explica ele, “e crenças errôneas são difundidas, como a ideia de que os idosos roubam empregos dos jovens ou que os recursos públicos são absorvidos inteiramente pelos idosos”. “Acredita-se que os idosos”, continua o chefe do serviço de Sant’Egidio, “não estendem a mão aos jovens, enquanto que, em vez disso, deveria ser afirmada uma cultura diferente, a de estender a mão, porque os jovens precisam dos idosos e vice-versa”.

A mentira colossal

Giancarlo Paenza acredita que o aumento da violência contra os idosos na pandemia está ligado a uma organização errônea da saúde pública que privilegiou a assistência médica seletiva. Ela, juntamente com a institucionalização, é culpada por tornar a vida dos idosos residual. O maior número de abusos ocorreu, de fato, em hospícios, ambientes que, em teoria, deveriam ter sido protegidos”, enfatiza ele. “Isso é revelador de uma mentira colossal que foi contada por tantos anos, ou seja, que a institucionalização é uma resposta positiva à fragilidade dos idosos. A atitude extremamente paternalista em relação à terceira idade não ajuda a terceira idade. A própria figura do administrador de apoio, concebida como “uma forma de proteção para os idosos, mais tarde se revelou uma fonte de abuso real”.

Um vínculo entre gerações

Como o Papa Francisco também lembrou na mensagem dedicada ao 3º Dia Mundial dos Avós e Idosos, é necessário incentivar o encontro entre as diferentes gerações. “O Senhor deseja que não deixemos os idosos sozinhos, que não os releguemos às margens da vida, como infelizmente acontece com muita frequência hoje”. A ligação entre os idosos e os jovens é também representada pela proximidade entre a celebração do Dia Mundial dos Avós e Idosos, em julho, e o Dia Mundial da Juventude, que se realizará em Lisboa na primeira semana de agosto. “Ambas têm como tema a ‘pressa’ de Maria em visitar Isabel, e assim nos levam a refletir sobre o vínculo entre jovens e idosos”, lembra o Santo Padre na mensagem. “A amizade de uma pessoa mais velha ajuda o jovem a não achatar a vida no presente e a lembrar que nem tudo depende de suas capacidades. Para os idosos, por outro lado, a presença de um jovem abre a esperança de que o que eles experimentaram não se perderá e que seus sonhos serão realizados”.

Por
Layla Perroni – Vatican News