No dia 24 de junho, é celebrado o Dia Mundial de Prevenção de Quedas. Criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e incluída no calendário do Ministério da Saúde, a data chama atenção para os riscos de quedas — especialmente entre pessoas com mais de 60 anos — e reforça o compromisso com a promoção da autonomia e da segurança na velhice. Na Pastoral da Pessoa Idosa (PPI), o tema está presente nas capacitações de líderes, no Guia do Líder e no acompanhamento mensal sistematizado.
O impacto das quedas
Estima-se que cerca de 30% das pessoas acima de 65 anos sofram ao menos uma queda por ano. As consequências, no entanto, vão muito além das fraturas: podem causar hospitalizações, perda de mobilidade, medo de cair novamente, restrição de atividades, declínio funcional, institucionalização e até morte.
No Brasil, a realidade é igualmente preocupante. Só no Paraná, mais de 12 mil pessoas com mais de 60 anos foram internadas por causa de quedas em 2024, com centenas de óbitos registrados. Esses números mostram que prevenir não é apenas uma recomendação: é uma ação essencial para preservar a saúde, a qualidade de vida e a dignidade das pessoas idosas.
Por que as quedas acontecem?
As causas das quedas são diversas e costumam envolver uma combinação de fatores. Entre os fatores intrínsecos, estão o envelhecimento natural, a perda progressiva de massa e força muscular (sarcopenia), o declínio do equilíbrio, alterações sensoriais (como na visão e na audição) e doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e osteoartrite.
Já os fatores extrínsecos envolvem o ambiente físico e as condições de segurança nos lares: pisos escorregadios, iluminação inadequada, tapetes soltos, fios espalhados e degraus irregulares aumentam significativamente o risco de queda.
Além disso, o uso de certos medicamentos — especialmente aqueles que atuam no sistema nervoso central — pode causar sonolência, tontura e confusão, contribuindo para acidentes. E um fator importante que não pode ser ignorado é o sedentarismo, que acelera a perda de massa muscular e reduz a estabilidade corporal.
Caminhos para a prevenção
A boa notícia é que grande parte das quedas pode ser evitada com medidas simples e eficazes. A OMS e o Ministério da Saúde destacam algumas ações fundamentais, como a prática de exercícios físicos voltados ao fortalecimento muscular e ao equilíbrio. Modalidades como tai chi, pilates ou atividades com elásticos e pesos leves podem reduzir em até 30% o risco de quedas.
Também é recomendada a avaliação regular de riscos, por meio de questionários simples que identifiquem quedas anteriores ou alterações na marcha. A revisão de medicamentos, com orientação profissional, pode evitar efeitos colaterais perigosos. E adaptar a casa para torná-la mais segura — com instalação de barras de apoio, remoção de tapetes soltos, boa iluminação e uso de calçados antiderrapantes — faz toda a diferença no dia a dia.
Por fim, exames de rotina, como os oftalmológicos e auditivos, ajudam a detectar alterações que comprometem o equilíbrio e devem fazer parte dos cuidados de saúde.
A contribuição da Pastoral da Pessoa Idosa
A Pastoral da Pessoa Idosa, presente em todo o Brasil, tem papel fundamental na prevenção de quedas. Durante as capacitações, os líderes voluntários recebem orientações práticas para identificar riscos e promover ambientes mais seguros. No Guia do Líder, há checklists para avaliação das condições das casas visitadas e sugestões de exercícios simples que podem ser realizados em casa, com segurança.
Além disso, o registro de quedas durante o acompanhamento mensal é essencial para que situações de risco sejam detectadas precocemente e encaminhadas aos serviços de saúde, fortalecendo a rede de proteção e cuidado.
Aos nossos líderes, uma mensagem especial:
“Cada atitude preventiva que você ensina e realiza com as pessoas com mais de 60 anos ajuda a preservar autonomia, bem-estar e felicidade. Essa data é um convite para fortalecer nosso compromisso com a vida em comunidade.”
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Por
Assessoria de Comunicação
Pastoral da Pessoa Idosa Nacional