No Brasil, mais da metade da população se autodeclara negra, representando 56%, segundo o IBGE. No entanto, entre as pessoas idosas, essa proporção não se mantém: apenas 47,7% das pessoas com 60 anos ou mais são negras. Essa diferença reflete os efeitos do racismo estrutural, que impacta a longevidade e a qualidade de vida das pessoas negras ao longo das gerações. Dados do Censo 2022 apontam que 15,8% da população brasileira tem 60 anos ou mais, e, em números absolutos, a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 contabiliza 15,4 milhões de pessoas idosas negras no país.

Para o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, essa realidade demonstra que “os grupos mais vulnerabilizados entre as pessoas idosas têm uma cor de pele em comum: são pessoas negras”. Ele ainda alerta que há uma redução no número de pessoas negras à medida que envelhecem: “Quando analisamos o recorte por idade, os 56% de pessoas negras da população geral se transformam em 48% entre as pessoas com mais de 60 anos. Isso reflete a desigualdade de condições de vida enfrentada ao longo das gerações.”

Desde o pré-natal até o envelhecimento, as pessoas negras enfrentam discriminação e obstáculos no acesso à saúde, educação e trabalho, o que impacta diretamente sua qualidade de vida e longevidade. A Pastoral da Pessoa Idosa entende que essa interseção entre racismo e idadismo precisa ser combatida com políticas públicas que promovam o envelhecimento digno e igualitário.

Racismo é crime e deve ser denunciado! Se você presenciar ou for vítima de injúria racial, utilize o Disque 100 para relatar e combater essa injustiça.

A Pastoral da Pessoa Idosa reafirma seu compromisso em lutar pela dignidade de todas as pessoas idosas, promovendo ações de conscientização e acolhimento, especialmente para aquelas que pertencem a grupos vulneráveis.

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Assessoria de Comunicação
Pastoral da Pessoa Idosa Nacional